terça-feira, 19 de abril de 2016




O PT plantou o ódio. O PT colhe o ódio.

Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal




blog
O que aconteceu para que pessoas comuns, que outrora votavam no PT, passassem a rejeitá-lo? O que aconteceu para que pessoas comuns, que outrora defendiam o PT, passassem a relacioná-lo à corrupção? O que aconteceu para que Lula, ex-presidente da república e outrora o político mais poderoso do país, seja xingado de ladrão nas ruas e no congresso? O que aconteceu para que Dilma, com todo aparato publicitário que dispõe, tenha se transformado na presidente com menor popularidade da história do Brasil? O que aconteceu para que Dilma, mesmo com o esforço de compra de apoio empenhado nas duas últimas semanas, tenha recebido meros 137 votos em seu favor na votação do impeachment na câmara? O que aconteceu para que a maioria da população brasileira tenha comemorado a aprovação do impeachment como se fosse a vitória da seleção de futebol numa Copa do Mundo?
“Ao contrário do impeachment de Collor, o de hoje representa um trabalho que veio da sociedade e foi apenas secundado pelo sistema político”, esclareceu o ex-petista Fernando Gabeira, ontem, em seu artigo no jornal O Globo.
O congresso acompanhou o grito das ruas. Preferiu abrir mão do dinheiro e dos cargos que o PT ofereceu para se posicionar do lado da sociedade. Relutou o quanto pode. Mas o fato é que a desmoralização do PT chegou num ponto em que distanciar-se do partido tornou-se uma questão de sobrevivência política. Lula não conseguiu seduzir sequer os deputados mais insignificantes. Em apoio ao partido, sobrou apenas a extrema-esquerda.
Pouco antes do início da votação de ontem, o líder do PT na câmara, José Guimarães, disse que Dilma promoveria uma repactuação política caso o impeachment fosse rejeitado, mas foi firme ao dizer que o partido não participará de nenhum pacto de governabilidade proposto por outro presidente. Eis o resumo da história do PT. Eis a essência do PT. Eis a causa do desmoronamento do partido.
O Partido dos Trabalhadores sempre viu o ambiente democrático como uma ponte para o autoritarismo. Sempre atuou como um predador, tentando destruir todos os adversários. Caluniou sem pudor. Fez oposição sistemática a todos os governos que o antecedeu. Rejeitou o acordo de “união nacional” proposto por Itamar Franco, antes mesmo de saber quais as medidas que seriam adotadas para se vencer a grave crise econômica da época. Votou contra o Plano Real. Passou os oito anos do governo FHC liderando uma oposição sistemática e destrutiva.
Tudo isso consolidou, no meio político, a certeza de que Lula não tinha qualquer apreço por ninguém. Era uma relação comercial e nada mais. Porém, a cortina começou a ser aberta e o dinheiro começou a acabar. Como no final do filme Cidade Deus, a pivetada que trabalhava para Zé Pequeno, ao vê-lo em dificuldade, resolve matá-lo. O congresso fez com Lula o que Lula fez com muitos e muitos outros.
No caso de Dilma, ela foi vítima do discurso “nós contra eles” que ela mesma adotou. Plantando o ódio contra nós, plantou o ódio contra si mesma.
Nunca quis dialogar com ninguém fora de sua esfera de influência. Assim como Lula, nunca quis melhorar o Brasil. Tratou pobre como mendigo. Tratou corruptos como heróis. Tratou muito bem os grande empresários enquanto esculachava os pequenos. Tratou as críticas da imprensa e da sociedade como manifestações golpistas muito antes de qualquer movimento de impeachment. Não teve humildade para reconhecer seus erros. A sociedade viu tudo isso.
Ao forjar uma guerra entre homens e mulheres, entre brancos e negros, entre gays e héteros, entre cristão e ateus, entre ricos e pobres, Dilma tornou-se a inimiga ser derrotada por todos.
Os inimigos do PT não se resumem mais a ideólogos da direita. Graças a sua prepotência, grande parte de seus antigos eleitores também querem seu fim.

domingo, 28 de fevereiro de 2016


Os músicos do Titanic

                                                                                                         Por Ives Gandra da Silva Martins



Ao ler e ouvir as manifestações da Presidente e de seu grupo ministerial, que não se dão conta de que, sob seu governo, o país está afundando num poço ainda sem fundo, fico com a impressão que foram invadidos pelo espírito dos músicos do Titanic, que continuaram tocando, enquanto o navio naufragava lentamente.

Não é possível que não tenham percebido o fracasso dantesco do Plano Dilma 1 e que o Plano Dilma 2, deste segundo mandato, conseguiu acrescentar uma notável “contribuição de pioria” ao já desastrado plano do primeiro mandato. A expressão aqui usada não representa um neologismo – como aquele utilizado pela presidente Dilma, ao dar sexo vernacular ao mosquito fêmea, chamando-o de “mosquita”-, mas ironia, há anos utilizada por tributaristas em contraposição ao tributo “contribuição de melhoria”, quando se trata de tributos de má qualidade.

O certo é que o segundo rebaixamento promovido pela Standard & Poor’s, a incapacidade de um ajuste fiscal a curto prazo, a manutenção de uma máquina esclerosada e ineficiente com não concursados preenchendo dezenas de milhares de cargos, a necessidade de impedir o “impeachment” através de toda a espécie de concessões a parlamentares, a dificuldade de conviver com seu partido, com o empresariado e seus ranços ideológicos num saudosismo permanente dos ineficazes regimes de esquerda – sendo seu dileto amigo Maduro o mais estupendo exemplo da derrocada populista -, tudo isto tem transformado a presidente Dilma na pior presidente da República que o Brasil já teve.

Não percebeu a primeira mandatária que, sem confiança, nenhum governante governa e, na sua pessoa, a confiança é quase nenhuma. Sem confiança ninguém investe, porque não acredita no governo, nem vê segurança em seus investimentos. Sem investimento, o país patina, o desemprego aumenta e, para equilibrar as contas, em vez de reduzir o peso da burocracia e das alíquotas tributárias para reanimar a sociedade, o governo busca aumentar mais os tributos sobre um doente que se encontra na UTI, que precisa de transfusão de sangue e não de sangria.

O plano apresentado é pífio. Correto no que diz respeito à Previdência, mas seus efeitos só ocorrerão a longo prazo; tímido no que diz respeito aos cortes orçamentários e quase nulo, no que diz respeito à redução da máquina burocrática. Os discursos em Brasília são de euforia, por ter colocado um fiel seguidor na liderança do PMDB; por ter feito um mutirão contra a “mosquita”, que põe 400 ovos, por culpar a crise internacional, o permanente vilão de seu desastre. Nenhum “mea culpa”, nenhum plano para reais reformas tributária, administrativa, trabalhista, política e do próprio Judiciário, que consome 1,8% do PIB, incluídas as defensorias e o Ministério Público – enquanto o Poder Judiciário alemão consome 0,32% e o francês 0,20%.

Não tenho dúvida de que esta insensatez, que retira a esperança de todo o povo e não promove investimentos –projeta-se uma queda do PIB de 10%, nos dois primeiros anos do 2º mandato–, certamente levará para além de 2016 a crise por ela gerada, sem luz no fim do túnel.

Do poço em que o Brasil afunda ainda não se vê o fundo, mas todos nós estamos fadados a acompanhar o governo Dilma em seu dramático naufrágio, ao som da sereníssima orquestra do Titanic.


Artigo publicado originalmente em O GLOBO, edição de 25 de fevereiro de 2016

IVES GANDRA DA SILVA MARTINSAdvogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016


O Conselhão da Dilma.



No dia de hoje reinicia as atividades do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, nome pomposo mas conhecido no popular como "conselhão".
Formado no governo Lula, a um ano e meio desativado, e agora em plena crise econômica onde o país se encontra atolado em dividas e corrupção, com o
mar de lama do Palácio do Planalto que daria inveja no então mar de lama do Palácio do Catete, é posto para funcionar novamente.
Para quem não sabe ele é formado por intelectuais de esquerda, lideres sindicais e grandes empresário.
Os primeiros, são aqueles tais beneficiados pela famosa Lei Rouanet, que com incentivos fiscais arrecadam para fazer shows musicais, peças de teatro, livros de poesia e outras firulas "educativas" descontados do imposto a pagar.
O grupo de lideres sindicais, são aqueles que nunca ou pouco trabalharam na vida. Alguns não frequentam um chão de fabrica a décadas, mas no entanto diferentemente dos que batem ponto diariamente numa empresa, vivem uma vida de mordomias supostamente defendendo os "direitos dos trabalhadores" e obviamente usando o dinheiro que estes recolhem através do famigerado imposto sindical e outras contribuições.
O terceiro grupo é formado pelos "grandes empresários" e obviamente grandes banqueiros. No grupo anterior participava alguns agora denunciados na operação Zelotes. Agora não sei. Bem, esses ai desfrutam de empréstimos milionários com juros subsidiados pelo BNDES, que também no popular chamado é de "bolsa-empresário". Convenhamos que é uma maravilha pagar juros de 6 % ao ano enquanto a plebe paga aos bancos 200 % ao ano ou mais.
Para lembrar os desavisados, o governo paga atualmente 14,25 % de juros ao ano , capitaliza o BNDES para ele emprestar a 6 %. A diferença é bancada pelos otários que pagam impostos ou seja, o povão ( que eles sempre dizem estar defendendo) e os pequenos empresários que não tem acesso a esse dinheiro barato.
Só essa aventura, deu ao tesouro um prejuízo de aproximadamente 250 bilhões, isso mesmo 250 bilhões de reais, e por "coicidencia" 1 % dos empresário foram beneficiados com 56¨% do bolo.
Ontem vazou que a Presidente quer dar linhas de créditos a determinados setores da economia. Isso já foi feito uma vez e não deu certo, mas parece que a anta não aprendeu a lição. Outra seria de liberar mais credito através de bancos estatais, (que se não fossem estatais já estariam quebrados) para a população que já está endividada até os cabelos.
Resumo da ópera: alguém de sã consciência pensa que eles irão se reunir para melhorar a vida dos brasileirinhos que não participam dessa mamatas?
Sonha Marcelino!